terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pensamento...








"A persistência é o caminho do êxito"
(Charles Chaplin)

Pensão Alimentícia



Em Julho também, recebi uma intimação para pagamento de Pensão Alimentícia Provisória, fixada em R$765,00 (o pedido original na ação foi de R$1500,00 - pensando que esse valor é a minha metade dos gastos - que criança classe média gasta R$3.000,00 por mês??? Alguma coisa está fora da ordem....). Quase caí de costas pois não tenho a menor condição de pagar este valor de pensão pois não tenho renda fixa, sou empresário e dependo do volume de vendas e dos meus clientes para viver, tenho muitos gastos pois moro de aluguel, tenho carro financiado, entre outras coisas, mas mesmo assim tive que enfrentar este entrevero da melhor maneira possível...
Pedi ajuda para meus pais e estou trabalhando feito louco pra somar este valor e depositá-lo, sem saber se esse montante vai ser REALMENTE utilizado em pró do meu pequeno, pois por enquanto o meu filhão estuda em escola pública ao lado da casa dele e provisoriamente (porque eu tenho fé que isso mude) ele mora na casa da avó (que emprestou a casa pra mãe dele morar) e portanto, não paga aluguel, enfim, é uma quantia um tanto boa pra quem quase não possui muitas contas para pagar.
Mas como diz Confúcio - "Se queres prever o futuro, estuda o passado".

REENCONTRO

Desculpem-me pelo abandono do Blog, é que muitas coisas aconteceram e acabei ficando sem tempo, mas vamos lá, vou atualizar os acontecimentos o mais rápido possível!

No dia 24 de Junho conseguimos uma liminar que garante ao meu pequeno o direito de me ver, é uma Regulamentação de Visitas Provisórias, ou seja, a cada 15 dias posso pegá-lo e passar o fim de semana e feriados, isso foi uma das maiores vitórias que nós poderíamos ter juntos. As coisas começam a mudar e nada mais parece poder atrapalhar o nosso relacionamento. Tenho fé que mesmo com a tentativa de caçar a liminar, pelo menos, por um tempo, podemos enfim nos encontrar.

Devido à alguns problemas financeiros que tive, só pude buscar meu pequeno em Julho e passamos 15 dias juntos (as férias escolares), foi maravilhoso reencontrá-lo, choramos juntos, conversamos bastante, jogamos bola, brincamos de jogos, videogame, ele até dormiu alguns dias num colchão no meu quarto só pra ficar mais perto de mim e foi algo extremamente valioso, indescritível, acho que até então não tinha passado por nada parecido, senti uma alegria imensa que acabou por contagiar a todos os meus familiares, passamos dias incríveis juntos e no final recebi como prêmio, ver o meu pequeno cantar as músicas do Linking Park no karaoke que tenho em casa, esse garoto tem futuro, é louco por música de qualidade, "rock'n roll pai", como ele mesmo define!!! Ao final deste período, o levei de volta tranquilizando-o que agora nada mais nos impediria de, pelo menos por enquanto, nos vermos quando quiséssemos, dentro dos limites impostos pela justiça, mas pra quem não tinha nada, um copo d'água não mata a sede mas refresca muito e nos dá força pra continuar a caminhada nesse looooongo deserto que é este processo todo.
O SENHOR É MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ!!!
Está bem aqui, tatuado no meu braço pra quem quiser ver a lei divina que rege a minha vida e a de muitas outras pessoas....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Nem bem, nem mal, nem sorte ou azar....

Chegou o dia!!! No mesmo dia em que o Brasil estreou na Copa do Mundo eu estreei na minha Copa particular....a Copa da Minha Vida.
Não dormi quase nada de segunda para terça, passei a noite lendo coisas positivas sobre conciliação, guarda compartilhada, estudos psicológicos de filhos de pais separados, enfim me atualizei sobre tudo que poderia acontecer comigo, de uma forma totalmente positiva. Minha esposa foi dirigindo, já que eu estava bastante tenso com a audiência e meu advogado foi tentando me acalmar no caminho. Chegamos ao fórum com uma hora de antescedência e aguardamos na Sala das Testemunhas até que fôssemos chamados. Nestes 60 minutos passaram pela minha cabeça coisas como uma imensa indignação por termos todos que passar por essa situação. Como pode o ser humano necessitar de leis e regras para estabelecerem uma convivência que outrora fora harmoniosa, mas que hoje é dura, fria e envolve apenas interesses unilaterais. Como pode o amor de pais pelo seu único filho se transformar numa batalha judicial que massacra os sentimentos, destrói o físico e é impiedoso com o psicológico de todos os envolvidos. Como é triste ver que o amor se tranformar do dia para a noite em ódio, vingança e desprezo. Como é absurdo ver o meu filho, tão inocente e puro, na fase mais legal da sua vida (a infância) ter que ver os pais decidindo seu futuro num tribunal.
Enfim vão-se os anéis, mas ficam-se os dedos. É a dura realidade da vida.
Graças a Deus a justiça dos homens foi abençoada pela justiça divina e meu filho vai passar por uma avaliação psico-social que vai determinar o seu futuro. Nada mais justo já que ele é a parte mais frágil e finalmente vai poder ter voz para gritar toda a sua agonia, vai poder ser ouvido, vai poder contar como está a cabecinha dele em meio a toda essa confusão. No fim de tudo isso é o que realmente importa. A verdade triunfará e o que hoje é tempestade, amanhã se revelará como o sol mais brilhante do mundo, com direito a pássaros cantando, sorrisos de crianças e o amor que tenho pelo meu filho, enfim poderá ser entregue a ele, intacto, como se fosse o dia do seu nascimento.
Tenho fé em Deus!!! E apesar de muita saudade do meu pequeno (fazem 72 dias que não o vejo e não sei quando o verei novamente já que só depois disso tudo é que as visitas serão regulamentadas pois me foi negado novamente o direito de ser pai enquanto o processo estiver em julgamento) eu sigo o meu caminho sabendo que perco hoje para ganhar amanhã.
Me sinto feliz pois não perdi e não ganhei, mas meu filho será ouvido, era tudo o que eu queria!!!
Obrigado pela força, pelos emails e pelos telefonemas que tenho recebido, isso tudo só me dá a certeza que tenho grandes pessoas torcendo por mim, pelo meu pequeno e essa corrente de amor só nos traz mais força para seguir em frente nesta que é apenas uma entre tantas batalhas da nossa vida!!!!
Que Deus nos abençoe a todos!!!!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

GAAP em breve com muitas novidades!!!

Hoje foi dia de mais uma reunião do GAAP - Grupo Alerta Alienação Parental - do qual participo ativamente, estou em fase final de construção do site e em breve posto o endereço aqui. Sinto que as coisas estão andando maravilhosamente bem, estamos nos estruturando de uma forma que me arrepia, inclusive estamos contando com uma pessoa do grupo que vai proporcionar um local para que possamos ajudar e orientar outros pais desesperados como nós a encontrar o melhor caminho para resolver a situação de cada um. Vai ser incrível, tenho certeza!!!
Em breve estaremos de volta à ativa recheado de novidades que só tendem a somar forças para que possamos parar com esta violência contra as crianças...
Só tenho a agradecer o imenso apoio que tenho recebido de todos do grupo!!!
Obrigado!!!
E como diz o filme - Que a força esteja com vcs!!!....rsrsrsrsrs

Até lá....

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Pensem nas crianças....

Hoje consegui falar com meu filhão pelo telefone, depois de muitas tentativas pra variar....
Liguei pois estava morrendo de saudades e queria, precisava ouvir a voz dele, precisava ouvir ele me chamar de papai, contar as coisas que anda fazendo, como está na escola, coisas normais para quem tem um contato diário como eu tinha...mas pra mim coisas que se perderam com a falta de contato....
Lá pelas tantas da conversa, contei pra ele o porque vamos passar 72 dias sem nos ver, falei pra ele ter fé que em breve as coisas serão resolvidas e para minha surpresa ele me pegou com esse papo:

- (sussurando no telefone) Pai, tenho uma coisa pra te falar, já tomei minha decisão, eu quero morar na cidade onde eu nasci, quero morar com vc!!!!

Eu respondi que estava feliz por isso mas que as coisas não eram simples assim, precisava ser tudo acertado com a mãe dele para não ter problemas...

E ele respondeu:

- Fique tranquilo que tudo vai dar certo, já tomei minha decisão e vou falar com a mamãe, vc vai ter uma surpresa no tribunal!!!

E me disse que estava falando baixinho porque estava sendo monitorado pela babá que cuida dele (em vez do pai cuidar, ele fica com outras pessoas a semana toda, pelo que me conta).

Eu quase chorei de emoção, ver meu filho louco pra morar comigo e com a consciência de que também depende dele para ele vir morar conosco.
Fiquei muito esperançoso e acho que tudo vale a pena quando a gente escuta isso, passando pelo que estou passando, essas palavras vieram para me dar força, me incentivar a lutar dia-a-dia para fazer o desejo dele se tornar realidade....

Espero sinceramente que as coisas realmente sejam promissoras no dia da primeira audiência - 15 de Junho de 2010 - que todo esse quadro bonito que está pintando não seja apenas uma lembrança de que "quase" conseguimos ficar juntos....espero que Deus ilumine o nosso caminho e nos conceda a benção de ficar juntos, me conceda novamente a benção de ser pai do meu filho, pois há 6 meses que tento e não consigo ser pai dele...espero que no final as feridas sejam recompensadas e que todo o ódio, desprezo, vingança que recebi eu possa reverter em amor, carinho e compreensão, pois é isso que acontecerá se ele vier morar comigo, ele vai ver a mãe sempre que quiser, pois sei o quanto é doloroso viver longe, sem contato, recebendo palavras ásperas toda vez que tento falar com ele!!!!
Pode parecer loucura ou mesmo promessas infundadas mas tudo de ruim que recebi eu retorno em amor e compreensão, pois é a felicidade do meu filho que está em jogo e não as diferenças do casal. Essa sim, é a maior lição que tirarei de tudo isso!!!!
As crianças sempre estarão em primeiro plano!!!!
E que Deus continue a me dar forças através das palavras do meu pequeno!!!
Ouvir a voz dele, outra vez, brincando no quarto de manhã é tudo o que eu mais desejo nessa vida!!!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A paternidade.

Li no site pailegal.net uma entrevista que fala sobre "A FALTA DO PAI É SEMPRE PREJUDICIAL." Reproduzo aqui algumas coisas interessantes que nos fazem pensar...
A entrevista foi feita pelo site IHU On-Line com Rubens de Aguiar Maciel que é psicólogo e psicanalista, professor na Universidade de São Paulo (USP) e colaborador do Hospital das Clínicas de São Paulo. É considerado um dos poucos especialistas do país na questão da paternidade.

IHU On-Line – Quais são as transformações do papel do pai?

Rubens de Aguiar Maciel – Historicamente, o papel do pai sofreu transformações radicais de fato. Na pré-história, sabia-se que o filho tinha uma ligação com a mãe, já que provinha dela. Mas, em um passado remoto, não se tinha a ideia de que o pai fosse responsável pela fecundação. A mãe poderia engravidar pelos espíritos, antepassados ou por tocar em um animal ou em um mineral, de maneira que o pai não tinha a consciência do seu vínculo genético com o filho. Acredito que, por essa razão, a responsabilidade do pai era quase que nula. As coisas foram se transformando, e se descobriu, aos poucos, que a gestação era proveniente de uma união sexual e, desta forma, o pai tinha participação na concepção da criança. Assim, a responsabilidade e a ligação começaram a se estabelecer de maneira mais forte.
Mesmo assim, ainda em épocas longínquas, os grupos sociais eram muito extensos. A criança convivia com uma família extremamente numerosa, muitas vezes, convivia com uma variedade de empregados e funcionários da casa ou das propriedades. A criança sofria influências dessas inúmeras figuras. Com as transformações socioeconômicas, os grupos foram se tornando menores, até se reunirem no que hoje conhecemos como família nuclear, esta é constituída por pai, mãe e filhos, e, às vezes, alguns agregados. Mas o grupo familiar se tornou muito mais restrito, de maneira que a criança passa a ver o pai, a mãe e os irmãos como figuras de referência, e essas assumem uma importância de maior peso.

IHU On-Line – A paternidade é um tabu para as mulheres?

Rubens de Aguiar Maciel – Há um grande desconhecimento em relação à importância da função paterna dentro da família. Nas relações entre mãe e pai, existe uma dinâmica que é alterada com a vinda de um filho. Por outro lado, o pai tem uma função muito importante na formação da personalidade e no aspecto emocional da criança. Como os estudos não são muito extensos e aprofundados, se conhece pouco sobre isso, tanto a mulher quanto a sociedade de uma maneira geral. Na comunidade científica, isso também acontece, na medida em que os estudos não são muito extensos e abundantes. Iniciou-se, em vários outros países, algumas pesquisas que voltam suas atenções e esforços no sentido de olhar para a questão da paternidade, dentro da dinâmica familiar e na constituição emocional do filho.

IHU On-Line – A mãe tem influências no exercício da paternidade?

Rubens de Aguiar Maciel – Se for uma mãe amadurecida e segura emocionalmente, ela irá incluir esse pai, na relação com o filho, de uma maneira positiva. Entretanto, se essa mulher não é razoavelmente madura e se sua relação com o marido não está indo muito bem, pode haver uma tendência da mulher se unir ao filho e excluir o pai. É como se ela fizesse um pacto com o filho por várias razões, por ciúmes ou insegurança do marido, e, desta forma, prejudica o bom vínculo com a criança. Em outros casos, se a mulher é muito ansiosa, ela se volta de uma maneira extremamente exagerada para sua maternidade. Passa a ter um cuidado excessivo e, às vezes, desnecessário. A mãe acaba retirando a atenção de muitas outras coisas e principalmente do marido, que acaba se ressentindo disso. São mulheres que, por exemplo, não podem ter uma vida sexual, que procuram exercer cuidados exagerados com a sua saúde, que não tem uma vida social, se voltam exclusivamente para a gestação, de uma maneira que acaba excluindo o marido do convívio emocional com ela.

IHU On-Line – Quais as diferenças entre o papel e a função de pai?

Rubens de Aguiar Maciel – O papel está mais voltado para as expectativas sociais, culturais e morais de como o pai deve se comportar em relação à sua família e seu filho. Nesta medida, ele deve ser um provedor material, de educação, saúde etc. Inclusive, do ponto de vista legal, há uma lei, que está tramitando no congresso, que irá permitir aos filhos que processem seus pais por ausência afetiva, por falta de amparo afetivo. Porém, esses aspectos são relativos ao papel do pai, é o que se espera que o pai desempenhe. A função do pai diz mais respeito à formação emocional e da personalidade da criança.

O pai vai surgir como um exemplo em muitos aspectos para o filho. Vai surgir como aquele que deve estimular a criança a sair do vínculo simbiótico com a mãe. O pai irá induzir a criança para que ela vá se desligando da mãe, e vá se introduzindo na sociedade. A tendência natural da criança é estar grudada com a mãe o tempo todo, ser o centro das atenções e ter a mãe como objeto de seu controle. Se ela chora ou quer carinho, a mãe estará lá. O pai será aquela pessoa que dirá: “Ela é sua mãe, mas também é minha mulher. Ela é sua mãe, mas também é mãe dos seus irmãos. Você precisa substituir sua mãe, temporariamente, pelo pai ou por algum brinquedo”. Desta forma, o pai vai colocando a criança no convívio com a sociedade e vai fazendo com que ela aprenda a dividir esse amor simbiótico pela mãe com outras pessoas. A criança, primeiro, vai aprender a dividir essa atenção dentro do ambiente familiar, depois na escola, com a sua turma na adolescência, com seu grupo de trabalho na idade adulta, e vai destituindo seus amores primitivos por outros. A função do pai é formar uma criança que saberá dividir e lidar com seus desejos, assim ela conseguirá conviver em sociedade de forma mais harmônica.

IHU On-Line – Podemos dizer que hoje os pais têm uma relação mais afetiva e próxima com os filhos?

Rubens de Aguiar Maciel – Sim, isso vem mudando. Os pais hoje se mostram muito mais interessados e participativos. Essa quantidade enorme de separações faz com que os pais convivam com seus filhos e passem os finais de semana com eles. Há uma solicitação social, uma sugestão, por parte do comportamento, de que o pai deve se manter mais próximo. Isso tudo tem favorecido uma aproximação entre os pais e os filhos. Eu diria que é um começo e que ainda há muito para se avançar, mas a reação mais íntima entre pai e filho é um fato que vem se estabelecendo.

Para ler a entrevista completa:
(Envolverde/IHU Unisinos)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=72999&edt=1